intolerância à lactose

Como identificar a intolerância à lactose na infância

A intolerância à lactose já atinge 35% dos brasileiros, número considerado baixo quando comparado aos 60% da estimativa sobre a população mundial. A maioria nunca recebeu um diagnóstico médico e apresenta os sintomas do problema desde a infância. Ela se caracteriza pela incapacidade do organismo de digerir a lactose, um tipo de açúcar existente no leite e derivados.

Sintomas como diarreia, cólicas e flatulências começam assim que o leite é ingerido e é o principal indicativo de que a criança pode apresentar o problema. A intolerância à lactose não é considerada uma doença, mas um problema congênito ou adquirido, que limita a alimentação infantil.

Como acontece a intolerância à lactose

A intolerância à lactose não causa riscos graves à criança, apenas gera desconforto físico. Ela ocorre quando o intestino delgado não produz, ou produz em pequena quantidade, uma enzima chamada lactase, que é específica para a síntese da lactose.

A lactose é um carboidrato de açúcar existente no leite, formado pela junção da glicose com a galactose. O composto não é absorvido pelo organismo, sendo necessário a ação da lactase para quebrá-la em micropartículas para que possam ser digeridas.

Sem a enzima, a lactose chega inteira ao intestino grosso, onde é fermentada pelas bactérias ali presentes, formando gases e ácido lático. O ácido e os gases retêm a água do intestino resultando em diarreia, flatulência e cólica.

A intolerância à lactose não é o mesmo que alergia, sendo esta uma deficiência imunológica que reage à exposição ao leite. Além de diarreias e cólicas, a alergia provoca problemas na pele e no sistema respiratório.

Há três tipos de intolerância à lactose, cada uma específica para uma etapa da vida: congênita, primária ou secundária.

Em crianças, a intolerância pode ser congênita quando elas nascem sem a capacidade de produzir a lactase e apenas 3% dos casos de intolerância à lactose são desse tipo. Na maior parte dos casos, a intolerância à lactose é adquirida ao longo da vida.

Curiosamente a maior incidência de intolerância à lactose vem de pessoas com descendência asiática, negros e indígenas. A explicação é a falta de hábito de consumir leite de outros animais, especialmente na fase adulta. Os europeus têm o costume do consumo de leite há séculos e estão mais adaptados.

A intolerância à lactose e as crianças

Praticamente toda criança consome o leite de vaca logo que finda a amamentação. Ele é normalmente aprovado pelos pequenos, que o bebem com achocolatados e no mingau. Rico em cálcio e proteínas, o leite fortalece os ossos e o auxilia no melhor desenvolvimento das crianças.

Como a intolerância congênita é rara, o mais comum é que as crianças desenvolvam intolerância à lactose com passar do tempo. Nascer com intolerância incapacita o bebê de mamar, pois todo leite, inclusive o materno, contém lactose. Naturalmente, algumas crianças produzem pouca lactase nos primeiros anos da vida e podem se tornar intolerantes após alguma doença intestinal.

A intolerância à lactose pode ocorrer com intensidades diferentes. As crianças que produzem pouca enzima conseguem consumir uma quantidade mínima de leite e derivados, sem apresentar reações. Para as que não conseguem produzir a lactase, ingerir uma pequena porção já é suficiente para que todos os sintomas surjam com intensidade.

A intolerância à lactose não tem cura, mas é possível o controle com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Até mesmo o leite pode ser consumido, desde que tenha baixa ou nenhuma lactose em sua composição, assim como leites vegetais produzidos por sementes. Há ainda a possibilidade de repor a enzima deficiente, de acordo com recomendação médica. Deve-se consumir vegetais, frutas e carnes, que podem oferecer nutrientes semelhantes aos existentes no leite.

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Posted by Baloar Pediatria

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